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Índice:
Número de Registro: 43/2023
Título: Cooperativas Empreendedoras e Empreendedores Sociais - Soluções em Inovação e Tecnologia
Programa de Extensão: (indefinido)
Resumo da Proposta:
Para Dornelas (2012), o empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias e oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso. Muito se ouve falar em empreendedorismo, e muitas são suas definições. Mas com base nas definições dos autores acima se pode dizer que empreendedorismo, envolve-se num processo de mudanças, que resulta em algo novo, dentro ou fora de uma empresa, com valor agregado, e requer comprometimento, esforço e conhecimento dos riscos (TRINDADE, 2015). O campo do empreendedorismo social vem se expandindo mundialmente a partir da década de 1980 e inclui um conjunto diversificado de organizações da sociedade civil (OSC), negócios sociais ou empresas sociais, que podem ser lucrativas ou não, e cuja intencionalidade e missão organizacional é gerar impacto socioambiental (LIMEIRA, 2015). Entretanto, na concepção de Yunus (2008), aqueles indivíduos que conduzem negócios sociais são considerados empreendedores sociais, mas nem todos estes empreendem atividades dessa natureza, como é o caso das organizações da sociedade civil que dependem de filantropia. Na prática do empreendedorismo social, são enfatizados os aspectos da inovação e da visão social, ou seja, a inovação no modelo de negócios e na forma de operação, bem como a construção de uma visão compartilhada de como atender as demandas sociais e resolver os problemas ambientais (LIMEIRA, 2015). Este projeto compõem inicialmente uma proposta para formulação de soluções sustentáveis para os resíduos plásticos encontrados nas praias da orla nordestina, mares e oceanos. Todas as ações propostas buscam agregar informações para tomada de decisão com relação à política pública nacional, publicações críticas sobre as alternativas e soluções propostas ao redor do mundo para os resíduos plásticos no mar, pesquisa e divulgação de novos nichos de mercado para os resíduos plásticos, sustentabilidade da inserção sócio-econômica dos catadores no sistema de gestão municipal de resíduos e contribuir para a excelência na educação superior, visando alcançar grande parte dos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) e da Política Nacional de Combate ao Lixo do Mar (PNCLM). Com esse projeto de extensão espera-se alcançar não somente os catadores de material reciclável da orla nordestina, mas também cooperativas e empreendedores sociais de Lavras e sul de Minas Gerais.
Área Temática: Tecnologia e Produção
Instituições Parceiras: Universidade Federal da Paraíba
Número Estimado de Participantes: 30
Locais de Realização: O projeto será executado no Laboratório de Polímeros do Departamento de Engenharia da UFLA
Data de Início: 01/06/2023
Data de Término: 30/05/2025
Justificativa:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988). Neste contexto, o saneamento básico tem sido um dos principais entraves para se obter um ambiente ecologicamente equilibrado e, dentre os alicerces que o sustentam, destacam-se a gestão de resíduos sólidos e limpeza urbana. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, é perceptível a dificuldade de realizar a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos de maneira adequada. Frequentemente, ano após ano, governo após governo, estes países enfrentam desafios tecnológicos, políticos e econômicos relacionados ao setor de resíduos sólidos. Com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil é um dos países que mais gera resíduos sólidos cuja destinação final deveria receber tratamento comsoluções economicamente viáveis, de acordo com a legislação e as tecnologias atualmente disponíveis, mas acabam, ainda em parte, sendo despejados a céu aberto, lançados na rede pública de esgotos ou até queimados (ANTENOR e SZIGETHY, 2020). Acarretados pela grande quantidade de RSU gerados, somados a má gestão e inviabilidade técnica e financeira, outros fatores também tornam-se problemas e desafios para a gestão de resíduos no país, como: coleta, transporte, tratamento, reciclagem, compostagem, destinação e disposição ambientalmente correta. Quanto ao processo de reciclagem, de acordo com Diagnóstico de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos de 2019, publicado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o país recicla apenas 2,1% do total de resíduos coletados (BRASIL, 2020). Este cenário atual gera prejuízos econômicos, uma vez que a geração dos resíduos sólidos urbanos acarreta na redução da vida útil dos aterros sanitários, poluição do solo, água e atmosfera, além de impulsionar a extração de matéria prima para geração de novos produtos. Do ponto de vista social uma gestão ineficaz dos resíduos sólidos pode ser um dos motivos que levam a condições insalubres que catadores de recicláveis se encontram em lixões e atividades autônomas (TOKUDA, 2021). Em contrapartida, o Brasil possui tecnologias e acesso a meios que podem contribuir para que a gestão de resíduos sólidos urbanos avance no país. Em agosto de 2010, foi promulgada, no Brasil, a Lei n12.305, que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Instituída para nortear o gerenciamento e a gestão dos resíduos sólidos no país, a partir dela, a União, estados e municípios, passaram a ter, de forma ainda mais concisa, responsabilidades mais severas relacionadas à gestão integrada e gerenciamento de resíduos sólidos. Para avançar nos quesitos de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos urbanos e diminuir a sobrecarga dos aterros sanitários, as UTCs - Usinas de Triagem e Compostagem - são uma ferramenta de suma importância que podem ser mais utilizadas nos municípios brasileiros. Através da reciclagem e compostagem, as UTCs geram, além de vínculos empregatícios, valorização dos resíduos, soluções ambientalmente corretas e inclusão social, podendo assim, ser considerada uma interessante alternativa para o empreendedorismo social.
Caracterização dos Beneficiários: Público alvo: cooperativas de catadores de materiais recicláveis e empreendedores sociais.
Objetivos: Neste projeto propõe-se apoiar empreendedores sociais, cooperativas de catadores de material reciclável através de capacitações envolvendo conceitos de educação financeira, empreendedorismo e segurança no trabalho.
Metas:
Elaboração de pelo menos 1 capacitação e/ou oficina por ano Apoio a pelo menos 1 cooperativa e/ou empreendor social durante a elaboração do plano de negócios Acompanhamento do alcance dos projeto através do número de apoiados por semestre
Fundamentação Teórica:
O Plano de Negócio é uma ferramenta fundamental que todo empreendedor que almeja converter sua ideia de negócio em uma realidade de sucesso deve utilizar, pois, onde em esferas mercantis contemporâneas, apenas a intuição e a razão não são capazes de configurar em uma certeza de desfecho positivo do negócio (DORNELAS, 2008). Degen (2009) identifica o plano de negócio como um documento que descreve o empreendimento que será desenvolvido e apresenta o conceito do negócio, os riscos e as formas de administrá-los, o potencial de lucro e crescimento econômico, e a estratégia competitiva. Aborda de maneira detalhada o plano de marketing, o plano operacional e o plano financeiro. Dornelas (2012) descreve o plano de negócios como um documento que apresenta o empreendimento e envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento permitindo ao empreendedor e as partes interessadas, compreender o seu ambiente de negócios. Para o Sebrae (2005), plano de negócios é a forma oficial que o empreendedor transformará sua ideia em um documento de negócio, expondo assim, a descrição do seu negócio e seus produtos e serviços fornecidos, os riscos, concorrentes, estratégias de comercialização, plano de operação e a viabilidade financeira de maneira dinâmica e em constante atualização. Segundo Neto (2018), o plano de negócios pode ser aplicado tanto para novos empreendimentos quanto para melhoria do gerenciamento de empresas já experientes, geralmente com a finalidade de obter crédito financeiro em bancos ou órgãos investidores. De acordo com Dolabela (2008), o público ao qual o Plano de Negócio se direciona, se difere em várias vertentes, como a própria empresa ou o próprio empreendedor, sócios já atuantes e sócios em potencial, distribuidores, representantes, órgãos governamentais ou particulares de financiamento, mantenedores de incubadoras e até possíveis franqueados. Para Hisrich, Peters e Shepherd (2009), o plano de negócio poderá ser apresentado para funcionários, investidores, banqueiros, investidores de risco, fornecedores, clientes, conselheiros e consultores. Já Dornelas (2012) expõe que o plano de negócios é destinado a mantenedores das incubadoras, parceiros, bancos, investidores, fornecedores, a empresa internamente, clientes e sócios. Neste sentido, o plano de negócio torna-se uma importante ferramenta para direcionar a coleta de informações, o campo de atividade do empreendimento, produtos e serviços oferecidos, seus potenciais clientes, fornecedores e concorrentes, além de principalmente detalhar as vantagens e desafios que o empreendimento irá oferecer (ROSA, 2007). Na visão de Degen (2009) é imprescindível que o plano de negócios exponha todos os aspectos críticos para o sucesso do negócio, de forma que possa ser compreendido mesmo por quem não possui conhecimento sobre o tipo de empreendimento. Além disso, é preciso apresentar logo no início os conhecimentos e experiências do empreendedor, sócios e colaboradores, para que os futuros investidores possam ver e dar a devida credibilidade para as projeções que serão explanadas no decorrer do plano. Conforme Hisrich, Peters e Shepherd (2009), existem ao menos três perspectivas que precisam ser consideradas na elaboração do plano. A primeira delas trata da perspectiva do empreendedor que possui amplo conhecimento da criatividade e tecnologia do empreendimento. A segunda diz respeito a perspectiva de marketing, e indica como os empreendedores devem ver o negócio através dos olhos do cliente. Já a terceira indica a perspectiva do investidor e nela o empreendedor deve ver o negócio através dos olhos do investidor. Analogamente, a Endeavor (2010) sistematiza que um plano de negócio bem elaborado é aquele que: auxilia o empreendedor ou gestor a direcionar suas ideias de maneira que a tomada de decisões seja baseada em informações reais e confiáveis, informatize os dirigentes e sócios quanto às fases de desenvolvimento do empreendimento, defina metas e objetivos aos gestores e colaboradores, ajude a mensurar o progresso da companhia quanto ao mercado e seus concorrentes, diminua substancialmente os riscos e incertezas de suas projeções e seja uma ferramenta capaz de atrair recursos financeiros e parceiros estratégicos quando for o caso. Ademais, na abordagem de Dornelas (2012), o plano de negócios possui os seguintes objetivos básicos relacionados ao negócio: testar a viabilidade de um conceito de negócio; orientar o desenvolvimento das operações e estratégia; atrair recursos financeiros; transmitir credibilidade; desenvolver a equipe de gestão.
Metodologia: Durante a execução deste projeto alunos de graduação e pós-graduação dos cursos de administração, administração pública, direito e engenharia irão desenvolver e ofertar oficinas e capacitações para empreendedores sociais e cooperativas de materiais recicláveis. Além disso, será dada suporte na construção de planos de negócio para esse público alvo.
Impactos na Formação Discente:
Formar equipe de estudantes de graduação multidisciplinares e criativos, capazes de resolver problemas complexos e com habilidades de trabalho em equipe e liderança Contribuir para humanizar a formação dos engenheiros para serem capazes de resolver problemas sociais, ambientais e éticos
Relação Ensino, Pesquisa e Extensão: O projeto contribui com temas abordados em disciplinas dos cursos de engenharia como reciclagem dos materiais, gestão dos resíduos sólidos, administração, economia, segurança no trabalho, gestão da qualidade, etc. Soluções tecnológicas para os resíduos sólidos urbanos são desenvolvidas em diversas linhas e grupos de pesquisa do departamento de engenharia como o Grupo Interdisciplinar de Polímeros (GIP).
Relação com a Sociedade e Impacto Social: Esse projeto propõe articular os objetivos do PNCLM com aqueles do PNRS e educação ambiental, avaliar alternativas a tipos de produtos plásticos encontrado na orla nordestina, rios, lagos e represas de Minas Gerais dentro do conceito de economia circular aprofundar a discussão sobre as mudanças de paradigmas exigidos nos dias atuais para qualquer das alternativas propostas e fornecer dados numéricos aos questionamentos relacionados aos impactos ambientais dos plásticos e de suas alternativas.
Resultados Esperados:
A integração da Universidade Federal de Lavras e a comunidade em geral busca motivar tanto os alunos dos cursos e graduação em administração, administração pública, direito e engenharia com seu próprio curso quanto ao público alvo a compreenderem melhor temas associados aos reciclagem dos materiais, gestão dos resíduos sólidos, administração, economia, segurança no trabalho, gestão da qualidade, etc.. Além disso, essas ações visam ajudar as cooperativas a agregar valor a seus produtos e dessa forma melhorar a qualidade de vida dos cooperados. Com este projeto espera-se a elaboração de oficinas e capacitações envolvendo temas como educação financeira, segurança no trabalho, gestão da qualidade e empreendedorismo. Também pretende-se apoiar cooperativas de catadores de material reciclável e empreendedores sociais na formulação de planos de negócios.
Indicadores de Acompanhamento e Avaliação: O andamento do projeto será acompanhado através no número de cooperativas e/ou empreendedores apoiados por semestre.
Cronograma:
Planejamento do cronograma e tema das oficinas e capacitações para catadores de materiais recicláveis Oferta das oficinas e capacitações para pelo menos 2 cooperativas de catadores de materiais recicláveis Revisão da literatura pertinente. Elaboração de modelo e plano de negócios para cooperativas de catadores de materiais recicláveis Elaboração de relatório qualitativo e quantitativo sobre o alcance do projeto
Descrição Resumida: Este projeto compoem inicialmente uma proposta para formulação de soluções sustentáveis para os resíduos plásticos encontrados na orla nordestina. Todas as ações propostas buscam agregar informações para tomada de decisão com relação à divulgação de novos nichos de mercado para os resíduos plásticos, inserção sócio-econômica dos catadores e contribuir para a excelência na educação superior, visando alcançar grande parte dos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS).
Equipe:
Alunos de Graduação:
Docentes:
Técnicos Administrativos:
Nenhum
Alunos de Pós-Graduação:
Outros Usuários:
Renovações de Projetos:
Coordenador do Projeto: JULIANO ELVIS DE OLIVEIRA
Setor: DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE MATERIAIS
E-mail Institucional: juliano.oliveiraufla.br
E-mail Alternativo: juliano.materiaisgmail.com
Situação de Aprovação: Registrado
Submetido pelo Coordenador do Projeto em: 10/05/2023 - 13:20:48
Aprovado pelo Conselho Departamental (Lavras) ou pelo Colegiado de Extensão (Paraíso) em: 15/05/2023 - 08:15:34
Aprovado pelo Colegiado de Extensão (Lavras) ou pelo Diretor da UA (Paraíso) em: Nenhuma
Histórico de Coordenação:
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