Esta página exibe os dados de um Projeto de Extensão.
Índice:
Número de Registro: 092/2019
Título: Difusão de tecnologias e de novas variedades de cana-de-açúcar para produção de cachaça para produtores da região de Lavras-MG
Programa de Extensão: (indefinido)
Resumo da Proposta: Em Minas Gerais, em especial na região de Lavras, ainda são cultivadas para a produção de cachaça em alambiques artesanais muitas variedades de cana-de-açúcar antigas, da década de 80, além de variedades desconhecidas, que comprometem a produção e qualidade do produto. Assim, torna-se importante esse projeto de extensão visando atender a crescente necessidade de informação dos produtores, por novas variedades de cana-de-açúcar, mais produtivas, e pela difusão de estratégias de planejamento e manejo adequados para a cultura da cana-de-açúcar.
Área Temática: Tecnologia e Produção
Instituições Parceiras: Syngenta irá fornecer algumas mudas de cana-de-açúcar de sua biofábrica.
Número Estimado de Participantes: 31
Locais de Realização: Interna: Fazenda Muquém; casa-de-vegetação - DAG / Externo: Cachaça Bocaina, Cachaça Carinhosa, Cachaça João Mendes
Data de Início: 12/09/2021
Data de Término: 11/09/2025
Justificativa: Segundo Instituto Brasileiro de Cachaça (IBRAC), estima-se que a produção nacional de cachaça de cana-de-açúcar encontra-se em torno de 1,3 bilhões de litros por ano. Este destilado vem movimentando nestes últimos anos, cerca de US$ 7,5 bilhões anuais gerando IPI, ICM e outros impostos. O Estado de Minas Gerais destaca-se na produção cachaça de alambique, com um total anual de 250 milhões de litros, que corresponde por 60% da produção nacional da mesma.Apesar da tradição e importância econômica desta bebida, a cadeia produtiva do aguardente de cana/cachaça no país não é tecnologicamente homogênea. Atualmente, o agronegócio da bebida caracteriza-se por uma busca incessante de pesquisas e projetos que melhorem a qualidade do produto, visando a atender a demanda cada vez maior do mercado interno e externo. Para isso, busca-se desenvolver ou aprimorar práticas de fabricação que resultem em produtos padronizados e com qualidade comprovada nos aspectos físico-químicos e sensoriais. No entanto, a produção de cachaça com qualidade requer um aprimoramento técnico e científico das etapas de produção, com estudos e pesquisas nas áreas de manejo de novas variedades de cana-de-açúcar, época de corte, fermentação, destilação e envelhecimento. Em se tratando do manejo de novas variedades temos o painel de variedades de cana-de-açúcar localizado na Fazenda Muquém- UFLA, com mais de 60 genótipos, dos quais serão utilizados para propagação e difusão para os produtores de cachaça da região. Através da técnica de mudas pré-brotadas (MPBs) podemos aumentar a taxa de multiplicação das variedades. Assim, incluir variedades de diferentes ciclos de maturação, agregando melhor qualidade na produção agrícola para os produtores da região de Lavras.Levando em conta que a cana-de-açúcar é um cultura semiperene, onde seu ciclo de cana planta varia de 15 a 18 meses (a depender da época de plantio) e de cana soca (segundo corte em diante) em média de 12 meses, há a necessidade de um estudo mais prolongado, afim de avaliar as produtividades e desempenho das novas variedades na região, quanto a resistência ao déficit hídrico, pragas e doenças.Além disso, um projeto deste tipo preenche um anseio de profissionais, produtores, pesquisadores, bem como de estudantes, de conhecer efetivamente a cadeia produtiva da cachaça com tecnologia, visando a produção de uma bebida com qualidade para atender a expansão no mercado interno e externo.
Caracterização dos Beneficiários: .
Objetivos: Objetiva-se levar até aos pequenos produtores de cachaça da região de Lavras, novas variedades de cana-de-açúcar, assim como difundir informações sobre variedades mais adequadas e manejo da cultura, através de visitas técnicas.
Metas: .
Fundamentação Teórica: Em Minas Gerais, em especial na região de Lavras, ainda são cultivadas para a produção de cachaça em alambiques artesanais muitas variedades de cana-de-açúcar antigas. Silveira et al. (2002) relacionaram algumas delas: Co413, Manteiga, Co419 (Coxa-de-musa), Co290 (Canela-de-urubu), Co331 (Três X), CB41-76, IAC52-150, IAC58-480, IAC49-131, IAC64-356, NA56-79, POJ36 e POJ28-78 (muito cultivada no norte de Minas Gerais), CP51-22, Caiana, Listrada e Cristalina. São variedades pouco produtivas, muitas mostrando alta suscetibilidade às principais pragas e doenças que ocorrem na cultura da cana-de-açúcar. Entretanto, graças aos trabalhos de melhoramento, desenvolvidos pela RIDESA, pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), hoje tem-se uma grande disponibilidade de novas e melhores variedades de cana-de-açúcar que devem ser utilizadas na produção de cachaça na região de Lavras.Um detalhe que muito produtores de cachaça não escalonam as variedades de acordo com a maturação, plantam muitas vezes apenas um variedade, e colhem durante os meses de maio a novembro. Assim, é muito importante trabalhar com variedades de diferentes ciclo de maturação, que cubram todo o período de safra, ou seja, precoces (colhidas em maio/junho), médias (colhidas em julho/agosto/setembro) e tardias (colhidas em outubro/novembro), para se obter sempre matéria-prima madura. O uso de, pelo menos, três variedades de ciclos de maturação diferentes é essencial para produção de cachaça artesanal com rendimentos satisfatórios e maior lucratividade (ANDRADE et al., 2006).Silveira et al. (2002) e Andrade et al. (2006), relacionaram algumas variedades indicadas para a produção de cachaça em Minas Gerais, com destaque para RB835054, RB855156 (precoces), SP80-1816, RB928064, RB855536 (médias) e RB72454 e RB867515 (tardias).Um grande dificuldade encontrada pelos produtores de cachaça está relacionada à obtenção de mudas de qualidade para plantio. Quando a variedade é recém-lançada, a obtenção de mudas fica ainda mais difícil (ANDRADE et al., 2006). Diante desse contexto, torna-se necessário a difusão de novas variedades de cana-de-açúcar já cultivadas na UFLA para os produtores de cachaça na região.
Metodologia: Para a obtenção das variedades a serem usadas, os colmos serão coletados do painel da fazenda Muquém - UFLA, posteriormente seccionadas em toletes de 5 cm contendo uma gema lateral e germinados em bandejas de plástico de 36 cm x 50 cm com substrato agrícola. Em seguida, 30 dias após o plantio, as mudas serão transplantadas para tubetes plásticos de 300 ml com substrato e mantidas em casa de vegetação (Setor de Grandes Culturas - Departamento de Agricultura).O plantio será realizado através das mudas pré-brotadas (MPBs) a campo, com espaçamento de 0,5 m entre elas. O local de plantio e condução do projeto será em 3 alambiques da região (Cachaça Bocaina, João Mendes e Carinhosa). As variedades serão plantadas na época de cana-de-ano (novembro) e cana-de-ano-e-meio (fevereiro a março).Após o plantio através de visitas técnicas realizará as avaliações de desenvolvimento das plantas (altura, diâmetro dos colmos, número de perfilhos, etc.) assim como, observações de susceptibilidade a pragas e doenças. Levando em consideração todo o desenvolvimento das atividades em conjunto, com os produtores e discentes.Por conta da colheita, serão realizadas amostragens para avaliação da produtividade em toneladas de cana por hectare (TCH) das variedades. Por fim, as canas serão moídas para a produção de cachaça onde serão avaliadas de acordo com seu rendimento e qualidade de cachaça. As avaliações irão se repetir por mais um corte, afim de aferir a estabilidade das variedades na região. Os resultados gerados serão compartilhados para a comunidade, na forma de dia de campo, artigos e resumos. Os resultados serão submetidos à análise de variância e, quando significativas, comparados pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Impactos na Formação Discente: .
Relação Ensino, Pesquisa e Extensão: Portanto, dado a indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão, o projeto irá associar os estudos realizados em sala de aula com a cultura da cana-de-açúcar, aderindo a pesquisa de adaptação e estabilidade das novas variedades na região, além de estender todo conhecimento adquirido pelos discentes e experiência dos produtores na busca de melhorias no setor da cachaça de alambique.
Relação com a Sociedade e Impacto Social: .
Resultados Esperados: O trabalho extensionista envolvendo os discentes da UFLA, será de extrema importância, tanto para a formação dos mesmos, e principalmente a sua convivência social com os proprietários da região e as dificuldades no campo, de empreende com a cultura da cana, tendo uma visão holística do setor, desde a parte agrícola até a produção artesanal de cachaça nos alambique.Com os conhecimentos gerados com a execução do projeto, espera-se contribuir para consolidação de novas variedades de cana-de-açúcar para a região de Lavras, com altas produtividades, rendimento de cachaça e com boa sanidade dos materiais. Além da agregação de valor aos produtos, resultantes do aumento da qualidade dos mesmos.A divulgação dos resultados obtidos, para a comunidade científica, será realizada por meio de publicação de resumos em congressos, boletins de pesquisa e de artigos em periódicos especializados. Os resultados serão divulgados junto aos produtores da região, por meio de palestras e dias de campo, com envolvimento da Emater, associações e cooperativas regionais.
Indicadores de Acompanhamento e Avaliação: .
Cronograma: *Formação dos Canaviais:1) Coleta dos colmos e produção das mudas: 3 meses; 2) Plantio das mudas pré-brotadas e avaliações agronômicas das variedades durante o desenvolvimento: 12 meses; 3) Colheita e avaliações de produtividade e rendimento de cachaça: 1 mês; 4) Multiplicação das variedades mais promissoras entre os produtores da região: 2 mês; 5) Avaliações da rebrota das variedades e do desenvolvimento inicial: 6 meses; ------------------*Visitas e Análises: 6) Visitas técnicas e reuniões com os produtores: 1 por mês; 7) Tabulação dos dados: 2 meses; 8) Dia de campo: 2 ao ano; 9) Reuniões com os discentes sobre a cultura da cana-de-açúcar: durante todo o período do projeto (24 meses). Uma reunião por semana;10) Produção artigos, boletins, resumos: 3 meses.
Descrição Resumida: Durante a vigência do projeto houve a capacitação de discentes voluntários da UFLA, no manejo e produção de cana-de-açúcar. Em 2020, houve a expansão do painel de variedades para o CDTT/UFLA (Ijací, MG), na qual tornou-se possível a difusão de novas variedades aos produtores da região de Lavras. Ressalta-se ainda, a realização do censo varietal dos produtores de cachaça de Minas Gerais, projeto incluso a este, com publicações abertas dos resultados, nas redes sociais do NECANA/UFLA.
Equipe:
Alunos de Graduação:
Docentes:
Nenhum
Técnicos Administrativos:
Alunos de Pós-Graduação:
Outros Usuários:
Renovações de Projetos:
Coordenador do Projeto: GUILHERME VIEIRA PIMENTEL
Setor: DEPARTAMENTO DE AGRICULTURA
E-mail Institucional: guilherme.pimentelufla.br
E-mail Alternativo: guilhermepimentel91gmail.com
Situação de Aprovação: Registrado
Submetido pelo Coordenador do Projeto em: 10/08/2019 - 09:17:18
Aprovado pelo Conselho Departamental (Lavras) ou pelo Colegiado de Extensão (Paraíso) em: 13/08/2019 - 19:49:00
Aprovado pelo Colegiado de Extensão (Lavras) ou pelo Diretor da UA (Paraíso) em: 19/08/2019 - 15:11:17
Histórico de Coordenação:
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Universidade Federal de Lavras - UFLA
SIG-UFLA - Versão 1.86.2
Créditos
SIG